sábado, 18 de junho de 2011

Fábula da Escola Brasileira - Para refletir e criticar

 Ricardo George

Em um continente não muito distante daqui, havia um mundo encantado chamado escola, era um mundo de população densa onde sua massa chamava-se alunos e seus dirigentes professores.
            Certo dia, conversando sobre suas dificuldades, os gestores do mundo escola resolveram mudar seus nomes para ministros, na esperança de obterem respeito da população alunos. Surgiu então o ministro das matemáticas, e esse por sua vez não admitia erros no decurso da resolução de seus problemas e dizia: “Ou sabe de tudo ou não sabe de nada”. E sentia-se bem em distribuir á população de alunos notas baixas acreditando assim ter controle da situação, e quando questionado retrucava: “A população de alunos é indolente, a culpa é deles.” Por sua vez, o ministro das letras, das Humanas e das Ciências seguiam a mesma postura e, ainda criavam leis arbitrarias e coercitivas tipo: “ se existir conversas em nossas explanações, na próxima será prova.” E a prova era para eles, gestores o principal instrumento de poder e dominação, era através dela que eles evitavam as rebeliões e motins.
            Até que certo dia chega ao mundo encantado escola um senhor chamado educador que passa a ensinar com o seu jeito simples, porém com o domínio do que falava, seus ensinamentos despertavam a população de alunos com suas explanações sempre convidativas e abertas a questionamentos, de modo que a condução do processo sempre estava nas suas mãos, embora aberto a todos. Isso incomodou os ministros que passaram a questioná-lo e diziam:
-          Caro senhor educador, estás levando esses indolentes à rebeldia, se não aprendem é porque não se esforçam
-          Acaso lembram ilustres gestores, como ai chegaram, digo; a tal posição.
Eles confusos conversavam como se buscassem uma resposta complexa, para algo simples e com um olhar de surpresa disseram: sendo alunos! E daí?
E daí que vocês devem lembrar-se dos mestres arbitrários, donos do poder, fechados em seu saber de que tanto vocês reclamaram. Contudo, hoje reproduzem sua prática, há uma saída, reproduzir ou transformar.
-          Como assim transformar?
-          Transformar vendo as avaliações como mecanismos na formação de seus alunos e não como um instrumento de poder. Transforma entendendo suas conversas paralelas como algo a ser aproveitado na inteligência verbal, por isso trabalhado e não reprimido.
-          Transformar entendendo que sua apatia pode ser fruto de aulas frias e distantes, despossuídas de seus interesses e cheias daquilo que vocês gestores acreditam ser a verdade.
Então enfurecidos os ministros disseram:
-É um sonhador subversivo que pretende mudar a ordem com palavras sem soluções, mostre-nos respostas certas e rápidas.
E o educador calmo e sereno respondeu:
-          Não há respostas certas e rápidas, é preciso entender que se essas existissem nossa função de educador perderia o sentido, teríamos que buscar outra missão. Portanto, é preciso ter claro que a missão de educar é caminhar em busca das respostas aos problemas e dificuldades que o ensinar exige, apenas com a certeza de que o alvo é o aluno e não o saber isolado. Não se educa sabendo, constrói-se o saber no dia – a – dia das cidades chamadas salas de aulas.
Essas palavras sensibilizaram a muitos ministros que mudaram seu prisma em relação à educação e transformaram seus nomes de ministros para educadores acreditando aproximar-se assim, mais de seus alunos.
As dificuldades continuavam. Muitas perguntas continuavam ainda sem resposta. Contudo, o mundo encantado escola tornou-se real, pois educadores já não tinham a ilusão de ensinar com respostas prontas e rápidas e sem dificuldades e com alunos motivados. Mas descobriram que dar respostas e motivar era seu papel, e de forma gradativa e continuada eles transformavam a escola e entendiam a diferença entre o educador reprodutor e transformador. (Texto publicado no Jornal do Educador de Maracanaú e No Jornal Tribuna do Ceará, ambos em 2000)

MORAL DA HISTÓRIA: Educação não é fantasia. É uma realidade, que precisa ser encarada para se buscar respostas transformadoras a seus desafios.




quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sobre a Educação Burguesa e Elitista

Olá a todos! com a reprodução deste fragmento de texto queremos apenas oportunizar exercicio de Reflexão e crítica. Apenas provocar o pensamento. Comentem, se sentirem-se livres para isso!

" A chave dessa educação burguesa é o preconceito. O Estado, exatamente pelo mesmo processo usado com os soldados, vai gravando, à força de repetições, sem demonstrações ou com argumentos falsos, certas ideias capitais, favoráveis ao regime burgês, no cérebro das crianças, dos adolescentes, dos adultos. Essas ideias, preconceituosas, vão se tornado, pouco a pouco, verdadeiros dogmas indiscutiveis, perfeitos ídolos subjetivos.(...) Essa idolatria embute no espirito infantil os chamados deveres cívicos: obediência às instituições, obediência as leis, obediênicia aos superiores hieráquicos, reconhecimento da propriedade particular, intangibilidade dos direitos adquiridos, amor da pátria até o sacrificio da vida, culto à bandeira, exercício do voto, necessidade dos parlamentos, tribunais, força armada... - Palavras de José Oiticica -

[Doutrina anarquista ao alcance de todos, 2 ed. São Paulo, Econômica, 1983,p. 30. apud Silvio Galo, Educação anarquista: um paradigma para hoje. Piracicaba, Unimep, 1995, p. 114]