sábado, 9 de janeiro de 2010

ALIENAÇÃO EM MARX

O  significado do conceito de alienação em Marx
Prof.Ms.Ricardo George

O conceito de alienação em Marx deve ser entendido pelo menos em quatro dimensões, a saber:

I. O homem está alienado da natureza;
II. Está alienado de si mesmo (de sua própria atividade);
III. De seu “ser genérico” (de seu ser como membro da espécie humana);
IV. O homem está alienado do homem (dos outros homens)

O primeiro desses aspectos, que já foi por nós destacado em momentos anteriores, é a característica que se expressa na relação do trabalhador com seu produto, que na visão de Marx é a relação com o mundo sensível exterior com os objetos da natureza. A outra característica subseqüente é a expressão de trabalho, como o ato de produção no interior do processo deste trabalho, isto é, a relação do trabalho com sua própria atividade como alheia, que não oferece satisfação em si e por si mesma. Mas, apenas para atender o ato de vendê-la a outra pessoa. Assim, observamos que a sua satisfação encontra-se diluída na satisfação de quem consome o que produziu, isto é, a atividade do trabalho não lhe proporciona realização, tendo em vista que isto se cumpre apenas como uma propriedade abstrata dela: a possibilidade de vendê-la em certas condições. Marx também nomeia a primeira característica “estranhamento da coisa” e a segunda “ auto-estranhamento.”
A terceira característica diz respeito à alienação do homem com seu ser genérico. Este aspecto esta diretamente ligado, à idéia segundo a qual o objeto de trabalho é a objetivação da vida da espécie humana. Haja vista que o homem se duplica tanto enquanto consciência intelectual, como também enquanto efetivação. Completando-se, por isso, a si mesmo, num mundo criado por ele. Contudo, o trabalho alienado realiza no ser genérico do homem, um estranhamento, colocando-o perdido enquanto ser, sem sentido, maculando seu relacionamento interior e exterior. Esta é, portanto, a alienação do homem com a humanidade em geral, ou seja, ocorre aqui a alienação da “condição humana,” por meio do ato de produzir do capitalismo que conduz o homem ao rebaixamento, coisificando-o.
Na quarta característica o que está considerando-se é a relação do homem com outros homens. Como nos diz Marx:
“Uma conseqüência imediata da relação do homem a respeito do produto do seu trabalho, da sua vida genérica, é a alienação do homem relativamente homem. (...) De modo geral, a afirmação de que o homem se encontra alienado de sua vida genérica significa que o um homem está alienado dos outros, e que cada um dos outros se encontra igualmente alienado da vida humana. (Marx. 1993 p. 166)
(...) Assim, nesse contexto, a economia política liberal representa o ápice desse processo de desenvolvimento. Essa superioridade da economia política liberal que exacerba o excedente (mais-valia) é reconhecida por Marx nas seguintes questões.
1. Define o capital como trabalho armazenado.
2. Mostra que a acumulação do capital aumenta com divisão do trabalho e que a divisão do trabalho aumenta com a acumulação do capital.
3. Descreve de modo agudo e consistente embora unilateralmente a idéia de que o trabalho é a única essência da riqueza.
4. Acaba o misticismo da renda da terra.
5. Prova que o poder governante da sociedade moderna não é político mas econômico; o poder de comprar do capital, e finalmente;
6. Estabelece-se como única política e única universalidade tornando evidente seu próprio caráter cosmopolita.

SILVA. Ricardo G. A. A dialética do Senhor e do escravo no contexto da consciência de si e o mundo do trabalho. In. Reflexões sobre a fenomenologia do Espirito de Hegel. Editore UFC. Fortaleza.2008. p.81-90

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